Aiiiii, último dia no paraíso! Não gosto desta palavra:
“ÚLTIMO”. É só pensar nela que bate um desespero geral para ficar mais tempo no
vidão...e aí, a gente começa a planejar 1001 desculpas para a chefinha querida e
estratégias para não voltar à realidade!
Planejamento da primeira parte do dia: encontrar a famosa Pedra
Furada. Ir para Jeri e não ver a tal Pedra Furada deve ser parecido com: ir para o Rio e não ver o Cristo...
Como o nosso meio de transporte para este passeio é a sola
do pé, dormimos até mais tarde para recarregar a bateria.
Este passeio pode ser realizado de duas formas: pela praia ou
pelo morro. É óbvio que pela praia é mais bonito e mais emocionante, mas, é
necessário levar em conta a tábua da maré, ou seja, só dá para ir pela praia
quando a maré estiver baixa. E o melhor é que dá para saber os horários da dita
cuja. É só entrar no http://www.tabuademares.com/br/ceara/jijoca-de-jericoacoara
e pesquisar.
Fomos com a cara, pé e coragem enfrentar a maré, pois, não
deu para pesquisar antes e contamos com a SORTE que estava do nosso lado!
É uma boa caminhada de mais ou menos duas horas (ida e
volta), dependendo do ritmo, equilíbrio, fôlego, etc...para descansar é só contemplar as
paisagens!
No começo, nível fácil e livre acesso para os marinheiros de
primeira viagem! Quando chegamos mais ou menos na metade do caminho, a coisa complicou...muita
pedra escorregadia e a maré parecia ameaçadora, pois, se ela resolvesse subir,
íamos morrer afogados no meio das pedras do paraíso.
Nestas horas de sufoco nunca aparece ninguém para resolver a
situação e estávamos quase desistindo do desafio...quando eu avistei um menino
vendedor ambulante de água vindo em nossa direção.
Perguntei se a maré estava subindo e se poderíamos passar e
ele gentilmente colocou a caixa de isopor no chão, disse que não havia perigo, pois,
ela estava baixa e nos ajudou a passar. Foi aí que perguntei se não tinha
nenhum guia para nos levar até a Pedra Furada e ele na mesma hora:
-“Eu posso
levar vocês”.
E quanto custa?
–“não precisa pagar nada.”
Tá bom, eu não
preciso, mas, vou pagar...só quero saber quanto custa?
–“quanto você quiser
pagar”.
Jaílson foi a nossa salvação: matou a nossa sede e foi o
melhor guia que eu já tive na vida! Uma simpatia de menino. Estuda e trabalha
para ajudar a família e se comunica com turistas de toda a parte do mundo,
mesmo falando somente o português.
Jaílson mostrou a incrível caverna que você entra por um
lado e sai pelo outro em apenas 5 segundos e ainda garantiu que não tinha
morcegos!
Também mostrou a super piscina no meio das
pedras e insistiu para eu experimentar. Para entrar foi uma beleza, só
pular, agora para sair, não tinha escadinha...aí foi o óóóóó!
Mostrou a pedra que não balança e não cai! É incrível, pois,
ela é sustentada por conchinhas e a força da água não consegue derrubá-la.
Pelo caminho, Jaílson ia mostrando os aquários naturais que são formados pela maré. LINDOS!
Você já pegou um lagostim? Eu só tinha visto esta delícia no
prato e Jaílson com toda a sua habilidade viu o bicho de longe e trouxe para
uma sessão de fotos!
Depois de toda esta aventura, chegamos na Pedra Furada e
realmente é um lugar mágico...uma escultura da natureza.
Para comemorar a nossa chegada nada melhor do que um
mergulho e uma água de coco para prepararmos o corpinho para a volta!
Conhecemos a família de Jaílson que trabalha como vendedor ambulante neste ponto turístico (pai, tio, irmão, primo...) e ele voltou com a gente sempre apontando o caminho mais seguro para passar.
Conhecemos a família de Jaílson que trabalha como vendedor ambulante neste ponto turístico (pai, tio, irmão, primo...) e ele voltou com a gente sempre apontando o caminho mais seguro para passar.
Quase levei Jaílson para casa! Foi o ponto alto do passeio!
Sabem o que ele quer ser quando crescer? Guia em Jeri!
Amorrrrr, você já é!